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terça-feira, 4 de junho de 2019

Necrogovernismo ou A doença infantil da esquerda brasileira

Como anarquista,é natural sentir aversão a partidos e a farsa democrática burguesa. Porém,ultimamente,tal aversão vem numa crescente. Assim como na micareta do ano passado que foram as manifestações do #EleNão,as ultimas manifestações,contra a reforma da previdência e contra o corte de gastos no Ensino Superior,houveram tentativas por parte dos partidos pelegos de esquerda,como PCO,PCdoB e PT,de cooptar tais atos,em prol da causa "Lula Livre". Claro,após a vitória de um candidato de direita e que embarcou na onda antipetista/antiesquerda,com ampla rejeição do esquerdista caviar Fernando Haddad,nada melhor do que jogar sua pauta ridicula em manifestações que nada deveriam ser relacionadas a qualquer politico.
Alegam eles que queriam evitar o que ocorreu em 2013,durante os protestos do Movimento Passe Livre,que,segundo tais oportunistas,teria sido a causa da ascensão atual da (extrema) direita no Brasil.  Atribuir a terceiros a culpa de suas derrotas é uma característica tipica dos partidos,seja de esquerda ou direita. Um alvo em comum são os anarquistas. Ano passado,a culpa da vitória do Bolsoasno,segunda a pelegada de esquerda,foram dos anarquistas e das demais pessoas que votaram nulo ou se abstiveram de votar.
Justificativa ridicula. É nitida a intenção desses partidos em tentarem tutelarem os movimentos sociais,tal como fez o PT com o MST. É praxe de marxistas e social-democratas desejarem ser a "vanguarda" de uma eventual revolução,não é novidade nenhuma;mas o que me deixa puto é ver pessoas que falam "Stalin matou pouco", "Burgues safado tem que ir pra gulag","Tem que matar o véio da Havan" ficarem defendendo com unhas e dentes um pelego como o Lula,em cujos governos a burguesia nacional nunca lucrara tanto. Essa esquerda pelega e cirandeira aceita qualquer migalha. Acham que medidas/programas como Bolsa-familia,FIES,Prouni e Minha casa,minha vida são revolucionários/transformadores,quando não passam de medida neoliberais,com objetivo de encher o bolso de empresários do ramo educacional,de construção civil,etc. Reconheço a importância de tais medidas para auxiliar a vida do proletariado mais fragilizado,mas são medidas paliativas - aliás,qualquer reformismo no capitalismo deve ser visto como paliativo,não existe capitalismo justo - mas as coisas devem ser analisadas como são de fato. E o fato é que,parafraseando o ídolo da esquerda burguesa universitária,Karl Marx, a esquerda brasileira cria seus próprios coveiros.