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domingo, 22 de janeiro de 2017

Amarga liberdade


Às vezes sinto uma admiração,e de certa forma,inveja,daqueles que conseguem levar uma vida relativamente normal. Estudar,trabalhar,sonhar,ter ambições,se divertir sem necessidade de se entorpecer. Sentir algo. Daqueles que conseguem se reconhecer no espelho. Daqueles que conseguem ignorar certos fatos de nossa existência,e assim,permanecerem seguros e confiantes em suas frágeis bolhas de felicidade,frágeis como uma folha de papel na chuva. Mas logo passa. Vejo como as pessoas se agarram de forma bizarra a sua ignorância e insensatez.Sabem que sua 'felicidade' é mero engodo. Tudo isso - todas essas futilidades - podem ser uma benção,como a ignorância. Mas te torna suscetível a crenças e superstições tolas e ilusórias,insustentáveis ao menor uso da razão e de uma análise fria. Tudo pelo que a humanidade luta e dá algum valor é de uma forma ou de outra,vazia de sentido,de  "essência". E quando nossa vida está acorrentada e dependente de mentiras e dogmas,obviamente não estamos livres,apesar de nos sentirmos,superficialmente,felizes. Assim,nesse sentido,prefiro a liberdade ainda que amarga,de não ter mais nada a perder,do que me amparar em mentiras que ceifam minha liberdade,vida e razão.


quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Ruinas

Em uma existência amarga,caminho
Caminho sobre ruinas
Ruínas de tudo aquilo que já acreditei
Todas mentiras,vaidades,dogmas e convenções
Hoje cuspo em tais ilusões
Esmagado por tudo que me cerca
Pressionado a livrar-me de mim mesmo
Pois,desprovido de quaisquer crenças,me torno livre
E a liberdade é algo perigoso para uma sociedade presa a correntes

Os destroços de mim mesmo que deixo para trás lembram-me
Que nada disso importa
A destruição é um processo tão natural quanto criar
Em breve,morreremos
Aflitos,em vão tentamos fugir do inevitavel destino
Apenas encaro o abismo a nossa frente
E me jogo...